Não sei um dia mas alguma coisa me doía
ou talvez não doesse mas havia fosse o que fosse
Era isso sentia a grande falta de uma árvore
e pensei plantar em seguida uma árvore na minha vida
uma árvore ouvida sempre que me sentisse só
e mostrasse ela só na face a compreensão que mais ninguém mostrasse
mesmo que não me queixasse fosse por pudor ou fosse pelo que fosse
Era mesmo uma árvore que me faltava
precisava de sombra mais do que vivia eu envelhecia
não dispunha da companhia de ninguém
e far-me-ia decerto bem conhecer gente nova
gente que se renova no alto de um tronco forte
que não sabe da morte que floresce ou sorri
Tudo mas tudo me sobressalta cansaço ou mentira
a palavra demora há falta de gente
um ramo inocente que me dê a mão
que aparado aproveite para o caixão quando um dia morrer
que eu possa queimar e que me dê lume
Que a sombra serena de uma árvore mesmo sem nome
facilmente se afaça a submeter-se a face
A árvore é vária e resume compaixão ternura
é humana e dura não há nada melhor
Tragam-me a árvore seja ela qual for
Ruy Belo |
Sem comentários:
Enviar um comentário