quarta-feira, 30 de junho de 2010

PARQUE FLORESTAL DE MONSANTO – RESERVA CONSTRUÍDA DE BIODIVERSIDADE


ESTUDO


Quando foi criado, na década de 1930, o objectivo do Parque de Monsanto era oferecer a possibilidade de fruição do ar livre, para os habitantes da região de Lisboa. Esta fruição far- se-ia sobretudo através das actividades tidas como saudáveis para os padrões da época: desporto de ar livre (aquilo que hoje chamamos o jogging, o cicloturismo ou o trekking / senderismo / randoné), e passeios de ar livre, em família, incluindo ou não o pic-nic e com possibilidades de serem realizados a pé ou de automóvel (na altura ainda muito pouco democratizado) [Alguns pretendem mesmo ver na concepção do traçado de algumas vias, os primeiros parkways em Portugal e mesmo no Mundo].

A partir daí poderemos considerar que o projecto foi sendo puxado para dois lados diametralmente opostos. Por um lado, a vegetação introduzida, muita nunca antes testada, na generalidade reagiu bem. A regeneração natural conduziu ao enriquecimento em biodiversidade e ao aumento de espécies e de efectivos nas espécies autóctones.


BIODIVERSIDADE


As novas espécies que foram sendo plantadas, por iniciativa dos Silvicultores responsáveis pela gestão (sobretudo Joaquim Rodrigo e Carlos Souto Cruz) deixaram tanto de ter o objectivo do recreio de sombra inicial, para um mostruário da vegetação que naturalmente aqui teria existido antes da ocupação agrícola e silvopastoril que chegou até ao século XX. (Estava-se no advento e crescimento das teorias da Ecologia a nível global.) Mais do que promover novas introduções, interessava disponibilizar o material genético (propágulos vegetativos) e esperar a resposta do ecossistema.

O Parque Florestal de Monsanto estava a evoluir para a estabilização da sua importância, não só enquanto substrato de recreio, mas também enquanto Parque Florestal Peri-Urbano com importância visceral na qualidade do Ambiente na cidade de Lisboa e mesmo na malha urbana consolidada da Área Metropolitana mais directamente afectada.

A massa florestal ganhou expressão, e adquiriu importância ecológica regional, passando a integrar uma rede de corredores ecológicos (continuum naturale) a possibilitar migrações (sobretudo de aves) a partir do Pinhal das Matas da Caparica e a ligar a um cordão litoral em Queluz – Belas – Sintra – Mafra. Este corredor traz consigo novas espécies (nunca antes introduzidas) como por exemplo as Sabinas das Praias.


Repita-se que a regeneração natural continuou a constituir uma importante contribuição para o enriquecimento em biodiversidade e ao aumento de espécies e de efectivos nas espécies autóctones. Ao mesmo tempo, a sociedade moderna foi fazendo o trabalho contrário. O de geração de poluição sonora e atmosférica, com a consequente perda de tranquilidade e alguns usos do solo, que nada tinham a ver com a filosofia de gestão do Parque: São disso exemplos:

1. A construção da auto-estrada Lisboa – Estádio Nacional a partir o Parque literalmente a meio. (Década de 1940)

2. A realização de provas de velocidade em automobilismo (o famoso Circuito de Montes Claros) (Finais da Década de 50, início da de 60)

3. Em 1974 a abertura da possibilidade de construções de “utilidade pública” em Monsanto (nomeadamente a Sede da RTP, do ACP e do futuro Hospital Ocidental) (Felizmente que logo após o 25 de Abril este Decreto-Lei foi imediatamente revogado o que teoricamente impediria este aparecimento, mas os edifícios lá foram surgindo: Universidade Técnica de Lisboa – pólo II no Alto da Ajuda, Hospital de São Francisco Xavier, Central da EDP no vale de Algés, junto à CRIL, Centro Social da Associação Casapiana, junto ao Bairro da Boavista, realojamentos dos Bairros da Serafina, Boavista, etc...)

4. Começaram a surgir clubes restritos a poucos utilizadores com fortes impactos para fora das suas instalações (Clube Português de Tiro a Chumbo, Clube de Radiomodelismo Automóvel)

5. O crescimento da malha urbana periférica tornou o Parque uma zona de atravessamento rápido automóvel (sem engarrafamentos) o que aumentou a pressão de tráfego e o Parque foi definitivamente fechado nas suas ligações com a malha urbana com vias rápidas (Av. de Ceuta, Radial de Benfica e CRIL). (Por esse motivo, já no século XXI foram fechadas algumas vias ao trânsito automóvel e foram construídos alguns acessos à cidade (Passagens sobre a Radial de Benfica e ligação verde Parque de Monsanto – Parque Eduardo VII, ... eternamente adiada na sua conclusão)

6. E começaram também a surgir actividades festivas mais ou menos ruidosas mas com forte impacte sobre a paisagem sonora do parque, quer com repercussões sobre a tranquilidade dos animais, quer dos outros utilizadores... Os pic-nics familiares converteram-se nos grandes espectáculos do tipo Piquenicão, com muitas centenas ou mesmo milhares de participantes e com aparelhagens sonoras audíveis até à cidade, surgiram festivais no Alto da Ajuda (como a Festa do Avante), provas de Motocross (no local onde hoje existe o Parque Infantil da Serafina / Reserva dos Índios), etc... Mais recentemente os Palcos criados com o objectivo de gerar pólos de actividades animadoras do espaço (Teatros, espectáculos de Declamação, concertos de pequenos grupos musicais...) viram-se invadidos também por espectáculos de Rock com muitos decibéis acima do permissível na cidade (Lei Geral do Ruído), mas que aqui... acabam tolerados.


Como resultado destes dois puxões, o que resultou? Sob o ponto de vista florístico,

a. As espécies existentes dos ecossistemas agrícolas permaneceram (reduzindo a abundância, mas mantendo a biodiversidade).

b. As espécies florestais introduzidas instalaram-se (na generalidade)

c.A regeneração natural diversificou o número de espécies quer nos ecossistemas florestais (de coníferas e de folhosas), quer nos ecossistemas de orla (interfaces urbano-florestal e agrícola-florestal) O reequilíbrio agora encontrado é mais biodiversificado, mais estável, mais sustentável, e mais homeostático.

Do ponto de vista faunístico.

As espécies existentes dos ecossistemas agrícolas permaneceram (reduzindo muito a abundância, e alguma biodiversidade sobretudo os efectivos de rapinas de voo rápido, de estepárias e de Perdizes em particular). As espécies florestais surgiram espontaneamente (através dos corredores) e instalaram-se muito bem A criação dos lagos da Zona Vedada do então Parque Ecológico (hoje Espaço Monsanto) veio colmatar o mais importante factor limitante para a fauna no Parque, a falta de água e veio criar pela primeira vez um ecossistema aquático, com a fauna a ele associada directamente e com a fauna de bordadura (orla dos ecossistemas aquático-florestal. A libertação dos esquilos como recuperação de uma espécie que já teria existido no Parque a resultar muito bem A criação e instalação de caixas ninho, agora necessárias face à supressão das plantas e ramos mortos por necessidade higio-fitossanitária e que resultou com taxas de ocupação excepcionalmente alta. O surgir do CRASPEM com o tratamento e largada de animais recolhidos noutros locais veio diversificar muito as existências pois alguns dos animais gostaram do ecossistema e ... ficaram.


CONCLUSÃO


Como conclusão, dir-se-ia que:


- a Biodiversidade no Parque de Monsanto é excepcionalmente elevada, sobretudo se comparada com os padrões europeus (graças também à riqueza em Biodiversidade dos ecossistemas ibéricos por se localizarem na sobreposição da Fauna africana com a euro- asiática).

- Esta Biodiversidade é sistémica, específica e genética. Existem diversos ecossistemas no Parque, existe um número, como se disse, excepcionalmente alto de espécies diferentes e existe mesmo alguma riqueza genética peculiar, embora eventualmente ainda a carecer de estudo mais aprofundado. (Existem algumas Orquídeas silvestres que parecem possuir características suficientemente diversas para constituir património genético exclusivo do ecossistema.

- Alguns dos ecossistemas já estão protegidos (Reserva Botânica Pereira Coutinho na Tapada da Ajuda e alguns núcleos dentro do próprio parque de Ecossistemas de Matagal Mediterrânico alto ou de povoamentos de Pinheiro das Canárias), e existem certamente outros que careceriam de estudo mais aprofundado.

Curioso é que esta Reserva de Biodiversidade tem como estrutura de partida um ecossistema artificialmente construído pelo Homem, mas não se advogue este como o grande responsável por este enriquecimento biológico. Tenhamos consciência que foi o contributo espontâneo da Natureza a sua razão de existência. Lamentavelmente muito pouco se tem feito pelo aumento da abundância faunística e muito se tem feito no sentido de a afastar: alguém imagina o que acontece a um qualquer Passeriforme em noite de Festivais Rock nos Palcos da Alameda Keil do Amaral?


PRINCIPAIS CAUSAS DE AGRESSÃO Á BIODIVERSIDADE


Efectivamente as três principais causas de agressão à Biodiversidade no Parque de Monsanto são:


i. O alastramento da mancha construída ou impermeabilizada (seja qual for o pretexto) ocupando os diversos habitas naturais ou naturalizados, destruindo-os irreversivelmente. Este problema nunca deixou de existir: uma vezes mais ou menos legalmente (como por exemplo a Ocupação dos mais de 50 ha da Universidade Técnica de Lisboa no Alto da Ajuda) outros mais discretamente (como por exemplo a recente ampliação da Estação da EDP na encosta da Portela), uns antigamente, outros na actualidade.

ii. O intenso tráfego automóvel de atravessamento do Parque. Nunca foi o tráfego dos utilizadores o causador de problemas. O tráfego de atravessamento quer de Norte – Sul, através da Mata, quer Leste – Oeste (sobretudo através da A5) sempre causaram problemas: é fácil verificar por um lado os elevados valores de poluição atmosférica sobretudo nos sentidos ascensionais da auto-estrada, havendo mesmo resultados obtidos através de bio-indicadores (estudo da Univ. de Lisboa). Nas plantas surgem toda a sorte de fumaginas identificadas sobretudo sobre Folhados, Medronheiros e outros arbustos mais baixos, que levam à sua morte, criando uma mancha estéril no espaço mais próximo da auto-estrada. Um percurso a pé nestes locais também é denunciador deste “deserto” também em relação à avifauna inexistente que por isso não se ouve cantar até uma distância significativa da auto-estrada.

iii. Finalmente, quer o tráfego automóvel, quer os eventos (excessivamente) ruidosos que têm lugar no Parque provocam a fuga dos animais ali existentes devido à Poluição Sonora. Consoante os tipos de ruído, (de fundo ou de pico) e a sua durabilidade assim as consequências são diversas. Por exemplo os sons mais curtos e intensos geram a fuga rápida mas possibilitam a recuperação lenta e gradual à medida que o sossego se volta a instalar, mas festivais que durem vários dias, provocam geralmente uma fuga irreversível nessa geração...


Maio de 2010



sexta-feira, 25 de junho de 2010

Obras polémicas no Monsanto.







As obras de preparação do terreno e montagem de infra-estruturas para o Festival Delta Tejo, que se realiza no Monsanto, ultrapassam, este ano, todas as barreiras do admissível.
Há mais de um mês que o terreno é alvo da passagem constante de camiões, que têm despejado toneladas e toneladas de terra e pedras. Há grandes terraplanagens e alterações no relevo.
Plataforma por Monsanto.

RESPOSTA
A autarquia está a acompanhar a situação. O local onde se realiza o Festival Delta Tejo é um anfiteatro natural, onde já se realizou a Festa do Avante. Estão em curso trabalhos de melhoramento da zona, com a criação de infra-estruturas, isto por forma a evitar que todos os anos, por ocasião do Delta Tejo, se façam novas movimentações de terras. Mais tarde, vão ser criados caminhos pedonais e cicláveis (com ligação à alameda Keil do Amaral) para usufruto de toda a população.
José Sá Fernandes, vereador da câmara municipal de Lisboa.



    in "Correio da Manhã".

    Não deixa de ser interessante que o Sr. Vereador admita que as obras feitas são para beneficiar o Festival, nunca o parque. Ao que parece para o perpetuar no local.
    Mas mais interessante é que diga que mais tarde vão ser criados "


    caminhos pedonais e cicláveis (com ligação à alameda Keil do Amaral) para usufruto de toda a população".

    É que conforme se pode ver nas fotografias , estes e muitos mais caminhos de ligação á Alameda Keil do Amaral e ao Parque do Alvito ... já existem!!! Estão em óptimo estado e são utilizados todos os dias por quem frequenta aquela zona.Quero acreditar que se trata de um lapso ou então é incrível ao que chegámos.

    quarta-feira, 16 de junho de 2010

    REN- Resolução da Assembleia da República n.º 55/2010

    Recomenda ao Governo que não permita a instalação de uma nova
    subestação eléctrica no Parque Florestal de Monsanto
    A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do
    artigo 166.º da Constituição, recomendar ao Governo que:
    1 — Revogue a Resolução do Conselho de Ministros
    n.º 51/2009, de 17 de Junho, que decide a suspensão parcial
    do Plano Director Municipal de Lisboa com o objectivo
    de alterar a classificação de «áreas verdes de protecção»
    de terrenos pertencentes ao Parque Florestal de Monsanto
    para a instalação da subestação do Zambujal e acessos.
    2 — Revogue o despacho n.º 18433/2009, de 29 de Junho,
    do Ministério da Economia e da Inovação, que decide
    a utilidade pública da transferência do domínio municipal
    para o Estado, e consequente afectação à finalidade pública
    da construção e exploração da subestação do Zambujal e
    acessos, de terrenos pertencentes ao Parque Florestal de
    Monsanto.
    3 — Não permita a desafectação de 6272 m2 de terrenos
    do Parque Florestal de Monsanto sujeitos ao regime
    florestal total para a instalação da subestação do Zambujal
    e acessos.
    4 — Promova o procedimento de avaliação de impacte
    ambiental deste projecto para se estudarem e analisarem
    localizações alternativas, não permitindo que o mesmo se
    instale no Parque Florestal de Monsanto.
    Aprovada em 7 de Maio de 2010.
    O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.

    Apelo Urgente


    Exmo. Sr. Presidente da Comissão Municipal de Ambiente,
    Exmos. Srs. Deputados Municipais membros da Comissão Municipal de Ambiente.

    Cc.
    Sra. Presidente da AML
    Sr. Presidente da CML
    Srs. Vereadores
    Exmos lideres dos grupos municipais da AML.
    Comunicação social

    Assunto: Festival Delta Tejo no Parque Florestal de Monsanto

    Nos últimos anos tem-se vindo a realizar em Monsanto um festival de música com impactos altamente negativos para este Parque Florestal que de ano para ano se agravam.
    Consideramos que as obras de preparação dos terreno e montagem de infra-estruturas que há mais de um mês têm lugar no local, ultrapassam, este ano, todas as barreiras do admissível tornando aquele terreno, parte integrante do Parque Florestal de Monsanto, protegido pelo decreto-lei nº580-A de 16/11/1938 num autêntico estaleiro de obras.

    Há mais de um mês que o terreno é alvo da passagem constante e intensa de camiões que têm despejado toneladas e toneladas de terra e pedras. Da actividade constante e diária de maquinaria pesada, que efectua grandes terraplanagens, radicais alterações no relevo do local e consequente destruição dos solos e da vegetação existente com um impacto negativo enorme na vida dos animais e plantas que habitam o local e que deveriam ser protegidos.
    São construídos novos caminhos, colocadas redes, tudo com um único objectivo:
    Servir o festival e preparar o terreno para a construção de infra-estruturas para a realização do mesmo.

    A Plataforma por Monsanto estranha este comportamento por parte de uma empresa que diz respeitar o ambiente, mas sobretudo por parte da CML a quem cabe a administração do Parque e que devia ser a primeira a dar o exemplo zelando pela sua boa manutenção e defesa e não fazer exactamente o contrário.

    Num ano em que se comemora a Biodiversidade e relembrando a enorme importância do Parque Florestal neste âmbito para a cidade de Lisboa, a Plataforma por Monsanto apela à Comissão Municipal de Ambiente que obrigue a cumprir a lei que protege o Parque e que envide todos os esforços para parar de vez com mais este atentado ao parque e à sua Biodiversidade.

    Apelamos também a esta comissão e à própria AML que obrigue a CML a respeitar a moção aprovada em 20 de Janeiro de 2009 que exige tolerância zero a actividades que prejudiquem o Parque.

    Em anexo:
    Fotografias das obras em curso.
    Moção da AML, aprovada por maioria.

    Muito obrigado.
    A Plataforma por Monsanto
    Lisboa 15 de Junho de 2010

    sábado, 12 de junho de 2010

    Inaceitável: Deltatejo estropia Monsanto anualmente

    ... e nem paga taxas à CML, que aliás serão insuficientes para o estropiamento que provoca naquele que pomposamente é apelidado de Parque Florestal de Monsanto. Não bastavam as vias rápidas em que se transformaram as estradas que por lá há, não bastava o chumbo do campo de tiro, não bastavam as construções e o banco de terrenos em que o parque se transformou, para agora ainda haver uma marca de cafés a estropiá-lo à custa de um festival de música, que pode ser muito interessante mas que devia ser feito noutro local. Ninguém trava isto?

    Texto: Paulo Ferrero

    in: http://cidadanialx.blogspot.com/


    Gostaria , a semelhança do que fiz num post anterior sobre este assunto, brincar e ironizar um pouco. Apetecia -me dizer que estas redes são para proteger estas novas espécies, como lhes chamei anteriormente, dos habituais visitantes , ou dos mirones, que são para os proteger da má influencia e da agressividade doutros animais , habitantes daquela zona como os coelhos, as cobras, as perdizes ou os insectos,ou até de alguma planta que ali ouse sobreviver. Mas por agora basta.Só me apetece é dizer que basta.Nunca pensei que este parque pudesse voltar a ser tão maltratado.Nunca pensei que uma ofensiva tão grade pudesse voltar.Desde os tempos do presidente Cruz Abecassis que não se via uma ofensiva tão grande contra o Parque Florestal de Monsanto. Com uma agravante , que agora os tempos são outros e as coisas têm uma importância que nesse tempo não tinham.Com outra diferença fundamental: que hoje tudo é feito com muito mais esperteza, melhoram-se uns sítios, e esses são bem publicitados, para estragar noutros. É apenas outra maneira de estragar mas o resultado é o mesmo. Duma coisa não tenho dúvidas já, e acompanho a vida deste parque há muito tempo, esta é sem dúvida, no que respeita a Monsanto, a pior direcção de espaços verde desde o tempo de Cruz Abecassis. Nunca pensei vir a afirmar uma coisa destas. Espero sinceramente estar enganado e que o futuro me desminta.

    Deltatejo.
















    quinta-feira, 10 de junho de 2010

    Projecto "Aqui há ninho!"

    Categoria: Ambiente, Educação e Sensibilização, LxCRAS

    Projecto educativo da Câmara Municipal "Aqui há ninho!" testemunha nascimento de crias de chapim-real e de trepadeira-comum no Parque Florestal de Monsanto.


    O projecto educativo da Câmara Municipal de Lisboa iniciado em 2008 e dirigido sobretudo à comunidade escolar do município, pretende dar a conhecer a avifauna existente na cidade, envolvendo os alunos directamente na conservação e promoção da biodiversidade de Lisboa.
    Depois de participarem na construção e colocação de ninhos artificiais na escola, no final de 2009, os alunos e professores iniciaram a sua monitorização, realizando sessões de observação semanais, com recurso aos binóculos disponibilizados no projecto.
    Os ninhos artificiais utilizados, também designados por caixas-ninho, são destinados a algumas espécies de aves passeriformes cavernícolas, isto é, que constroem os seus ninhos em cavidades, e foram construídos de modo a permitir a instalação de pequenas câmaras de vídeo aquando da sua ocupação pelas aves.
    Ao contrário dos habitats naturais e com pouca intervenção humana onde estas cavidades existem naturalmente, nas cidades e em locais mais humanizados, são geralmente mais escassas. A colocação destes ninhos é assim uma forma de fornecer locais seguros de modo a incentivar a nidificação destas aves, contribuindo para o equilíbrio e enriquecimento do ecossistema.
    O “Aqui há ninho!” integra um projecto mais abrangente de monitorização de ninhos artificiais em Lisboa, incluindo os cerca de 1000 existentes no Parque Florestal de Monsanto. Estes ninhos têm sido utilizados há vários anos por aves como os chapins, carriça e trepadeira-comum, como local de abrigo e nidificação. Têm ainda sido objecto de estudo em alguns trabalhos académicos, nomeadamente para a realização de teses de mestrado em Biologia da Conservação.
    Dos 65 ninhos colocados nas escolas participantes, já se registou a ocupação em 5 ninhos, pelo que será agora possível aos alunos observarem o seu interior através das imagens de vídeo obtidas em directo.
    Veja as imagens aqui
    Site CML.

    Um projecto muito interessante.Não me canso de elogiar o Lxcras. Monsanto é palco de coisas tão boas e interessantes. Que pena as outras, que continuam a ser permitidas e até apoiadas e incentivadas.Dirão uns que o parque deve ter várias valências, estou de acordo.Mas essas valências deviam ter um limite e o limite deve ser deve ser o de não permitir que se estrague e que se ponha em causa o trabalho sério de tanta gente.

    EXPOSIÇÃO "OLHARES DA BIODIVERSIDADE


    Comemorando-se em 2010 o Ano Internacional da Biodiversidade, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) propõe-se promover um conjunto de iniciativas que façam chegar a quem vive, trabalha, estuda ou visita a cidade, os valores de Lisboa neste domínio e o trabalho que tem sido desenvolvido como contributo para a Conservação da Natureza e para a Promoção da Biodiversidade, convidando a uma reflexão geral mais atenta, sobre a importância destas componentes ambientais em contexto de urbanidade.
    Foi com este objectivo, que a fotógrafa Maria José Sobral, procurou fazer uma recolha dos cinco animais mais emblemáticos, recuperados no LX CRAS (Centro de Recuperação de Animais Silvestres de Lisboa), instalado no Parque Florestal de Monsanto. Trata-se de dar a conhecer um trabalho sustentado, com mais de 14 anos de investimento em prol da Biodiversidade, traduzido em mais de 7 mil animais acolhidos e tratados em Lisboa.

    PERÍODO CRÍTICO DE INCÊNDIOS



    No âmbito do Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, o período crítico de incêndios é definido anualmente por portaria, tendo em consideração factores como a temperatura, a pluviosidade, o histórico de ocorrências de incêndio, entre outras.
    Para 2010, a portaria nº 269/2010, de 17 de Maio, define que o período crítico vigora de 1 de Julho a 15 de Outubro.
    Durante o período crítico, são adoptadas medidas e acções especiais de defesa da floresta contra incêndios que incluem o reforço das acções de vigilância e a imposição de restrições às actividades humanas nas áreas florestais. Em Lisboa estas restrições são mais evidentes no Parque Florestal de Monsanto, pela proibição do uso do fogo, nomeadamente para a confecção de alimentos, o que resulta na interdição da utilização dos grelhadores existentes nos parques de merendas. Esta interdição não se aplica aos outros espaços florestais de Lisboa, por exemplo ao Parque José Gomes Ferreira (Parque de Alvalade), por não serem considerados zonas críticas, desde que se faça nos locais devidamente infra-estruturados e identificados para tal.

    E-polen-CML-Junho

    VIVEIROS MUNICIPAIS



    No Parque Florestal de Monsanto, mais precisamente na Quinta da Fonte, situa-se um dos viveiros municipais. Nele são reproduzidas e mantidas variadas espécies de plantas para uso interno dos serviços e, quando excedentárias, para venda ao público.
    Existem em viveiro cerca de 80 espécies de árvores, 100 de arbustos e 15 de herbáceas e plantas gordas, num total de aproximadamente 20.000 árvores, 30.000 arbustos e 1.700 herbáceas, maioritariamente autóctones.
    Os viveiros podem ser visitados das 08:00 às 12:00 horas e das 13:00 às 16:00 horas.

    E-polen-CML-Junho

    GRIFO LIBERTADO PELO LXCRAS AVISTADO EM ESPANHA


    Depois de em 2009 termos noticiado a libertação de quatro grifos (Gyps fulvus) recuperados no LxCRAS (ver aqui), recebemos agora a informação de que uma dessas aves foi recentemente avistada por ornitólogos em território espanhol.
    O grifo entregue no LxCRAS pelo SEPNA de Vila Franca de Xira, tinha sido encontrado em Camarate, Loures, a 21 de Novembro de 2008, em condições de alguma debilidade. Sendo um juvenil, a ave estaria provavelmente em migração para África, não tendo conseguido obter alimento suficiente para suportar a grande viagem que enfrentava.
    Aquando da sua libertação a 10 de Dezembro de 2008 no Parque Natural do Tejo Internacional, próximo de Rosmaninhal, Idanha-a-Nova, a ave foi marcada com anilha metálica e anilha de cor em PVC com uma inscrição alfanumérica. O seu avistamento foi possível devido a esta anilha que pode ser lida à distância.
    O facto de este grifo ter sido observado juntamente com um elevado número de outras aves da mesma espécie, após um período de mais de um ano após a sua libertação, é para o LxCRAS um motivo de grande satisfação, mostrando que se encontra bem integrado na população.
    O seguimento de animais libertados pelos centros de recuperação é muito importante para a apreciação do sucesso do seu processo de recuperação e avaliação, fornecendo informações relevantes sobre a sua adaptação ao meio natural. Pode ainda facultar dados úteis para o conhecimento das espécies, sua biologia e ecologia.
    Não esqueça: sempre que encontrar um animal selvagem ferido ou debilitado, deverá contactar o ICNB (Tel.: 213 507 900), o SEPNA/GNR (Tel.: 213 217 000; linha SOS Ambiente: 808 200 520), ou o centro de recuperação de fauna mais próximo. A entrega destes animais deve ser feita com a maior brevidade possível para aumentar a probabilidade de êxito da recuperação.
    Saiba mais sobre o
    LxCRAS.

    in E-polen-CML-Junho

    quarta-feira, 9 de junho de 2010

    Biodiversidade no Parque Florestal de Monsanto.











    Simbolo de contradições.

    Este poderia sem dúvida ser dos sìmbolos das contradições existentes no PFM.Se por um lado há coisas bem feitas , se educa, se incentiva á protecção, por outro, os mesmos que o fazem, são também eles os mesmos que incentivam á destruição , ao desrespeito, ao desleixo.É assim em Monsanto e infelizmente no resto da cidade.

    sexta-feira, 4 de junho de 2010

    quarta-feira, 2 de junho de 2010

    Novas espécies no Parque Florestal de Monsanto.




    Gostaria de propor que estes magníficos animais(faltam aqui os camiões, que também têm os seus direitos e já são uma grande manada), que tal como diversas aves, voltam anualmente ao parque florestal de Monsanto e que são cada vez mais vistos, passem a fazer parte da fauna oficial o parque. Não só pela sua beleza mas também pela sua importância na preservação e aumento da biodiversidade . Gostaria ainda de propor que os diversos pisos que estão a ser colocados o sejam também , devido a sua beleza e utilidade , colocados no resto do parque. E já agora também que os pinheirinhos sejam todos, assim, aconchegadinhos com terra para não se constiparem.
    Obrigado.

    terça-feira, 1 de junho de 2010

    Que vergonha, isto...Na Madeira.

    http://bisbis.blogspot.com/2010/05/bela-e-o-monstro-no-pico-do-areeiro.html